quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tu és assim...

Tu és assim, tudo o que não deu certo em mim;
A batida lúgubre que percute lágrimas;
A lembrança forte que não me deixa esquecer.
O mau presságio que me fez calar;
Gosto amargo de não poder amar;
Irresignação, de quem já não pode perdoar.

És o sabor salobro,
Irremediável malogro, das minhas decepções.
Doces ilusões – que tinha – quando ainda (te) buscava.
Ingenuamente sonhava, em ter-te sempre ao meu lado.
Desconsolado, verti lágrima na volta;
Amarga escolta, que tive ao teu insensível adeus.

Tu és o ícone da minha triste sina;
Doce e bela menina;
Outrora meiga e doce ternura;
Saudade intensa que tortura;
Inconcebível loucura;
Volúpia que não quer calar.

Pecha oculta da minha maior vitória;
És a história que não quero terminar;
O (mau) agouro que me fez sonhar;
Vatícinio que me fez cantar;
Tristeza secreta  que me fez sozinho;
Pois o teu carinho eu não tenho mais.

Tu és assim, tudo para mim, mesmo após o fim;
Lembrança oculta que escraviza, encoleriza;
Que amarra, oprime e faz sofrer.
Não quero mais, perder a paz, não me compraz;
Lembrar-te agora, minh’alma chora,
Por não mais te ter aqui.

O que é que eu faço, se o teu abraço, eu não mais posso ter?
Como viver, assim, sem esperança?
Se é na lembrança que se eterniza a tua presença.
Indiferença, que magoa tanto, e explode o pranto,
Por vezes contido, por vezes tolhido;
Inexprimível gemido,
De uma ferida candente;
De amor latente que eu não quero curar.

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