sexta-feira, 18 de março de 2011

Deixe-me.


E eu não sei por quê ainda busco você.
Justo você!
Quanta tristeza me trouxe, quantos dissabores.
Sofrimento inútil de uma alma ociosa.

Se é verdade que me busca,
Contrita pela precipitada decisão,
então sabe o que eu estou dizendo.

Deixei-me em paz!
Solte-me!
Estou cansado dessa amarração maleva!

Sim! Eu sei!
Chega disso! não me provoque mais!

Quanto tempo imagina que perdurará minha inação?
Será infinita minha paciência?

O que fará quando a ira tomar conta do meu Rochedo?

Apesar de tudo, a quero bem.
Lembro com carinho.
Da doce ilusão que tinha enquanto a amava.
Tempo bom aquele! Não volta mais...
Oxalá voltasse.

Mas isso precisa ter fim!

Peço, encarecidamente, deixe-me!
Quero ficar só para encontrar meu único e verdadeiro Amor.
Quero retirar-me, para o deserto.
Ter o silêncio e os sofrimentos como companhia,
Batalha (espiritual) cruenta, é isso que me espera.

Não quero mais lembrar você, estou exausto.
Por que me amarra?
Devia saber que sou uma fortaleza inexpugnável.
Por mais que me fira, jamais tombarei.
Outros você feriu, alguns fez cair;
Mas, quanto a mim...

Não vê? Estou sempre me reconstruindo,
Como o sol que nasce e renasce todos os dias.
Mas, eu pergunto?
- Precisamos ser inimigos?
Eu acho que não.
E, quem sabe um dia,
O destino pode nos pregar uma peça (mais uma),
E possamos reencontrar tudo o que perdemos.
E viver a vida que cada um sonhou para si.