sábado, 31 de dezembro de 2011

Renovo dos Anos.

Eu nunca quis esquecê-la.
Nunca tentei, na verdade.
Sempre mantive esta chaga aberta,
na secreta esperança que você me buscasse.

Minha vida tomou rumos contrários ao meu querer.
Sempre pensei que pudesse voltar.
Ledo engano,
Malogro sem fim.

Conheço todos os seus males,
Suas pechas não me são ocultas.
Mas não a julgo, nem a condeno,
Porém a aprisiono, no claustro ditoso do meu coração.

Queria poder vê-la outra vez,
E como outrora encantá-la com minhas palavras.
Lembra?
Como poderia esquecer?!

Por ora só me resta esperar mais um renovo dos anos.
Na esperança de vê-la outra vez,
Nem que seja pela fresta estreita de uma janela capenga,
onde meus olhos veem, o que meu corpo nunca mais vai sentir.

(Marcos Suzin in marcos-suzin.blogspot.com)

domingo, 27 de novembro de 2011

Alma Solitária.


Alma solitária, quem te conhece?
Somente Aquele que jamais te deixou só.
Tu és - oh! Alma solitária – luz para ti, luz para tantos.

Carregas um peso esmagador,
Um fardo de opressões,
Com angústias, incertezas e preocupações.

De ti dependem tantos,
Ingratos que nem percebem...

Alma solitária, quem explica este ódio com que te premiam?
E o desprezo e a indiferença?

Somente o Amor Marior poderia explicar,
Mas, por ora, não o faz.

Mas o certo é que vives na Luz, a Luz do Mundo!
Sofres na imitação do verdadeiro e único Amor,
Um sofrimento silencioso,
Nos recônditos mais profundos do coração.

Ninguém vê,  nem poderia.
Mas quem tiver de ver, verá!
Aquilo tudo que vês com os olhos da fé.

A eternidade fará refulgir teus méritos,
Mais que o sol,
Como se este fosse uma chama extenuada,
Uma centelha débil ante tua luz.
(26-11-2011 - 14 horas)




sábado, 19 de novembro de 2011

Tempo de Despertar.

Tempo de Despertar




Se ao menos pudesse despertar as almas que dormem nesse sono de pedra.
Se ao menos pudesse acordá-las!!!!!!
Por certo seriam gratas um dia, quem sabe!?
Mas quem poderia retirá-las deste sono letárgico?
Quem poderia interromper o repouso inoportuno destes que hibernam enquanto o combate se acirra mais e mais??

Só o Espírito poderia despertá-las!
e acometê-las de uma sede angustiante,
que só a Água Viva consegue satisfazer.

Se ao menos pudesse acordá-las!
ainda que irrompesse e as assustasse,
Por certo perceberiam,
que o mundo todo está passando,
e precisamos plantar a semente da vida,
antes que a morte chegue,
pois aí não haverá mais tempo, nenhum sequer.

Quem dera as sacudisse, essas almas todas,
como o vendaval que açoita as árvores,
deixando o fruto maduro cair.
Mas elas dormem, ainda mais, como estátuas,
inanimadas.
Não vigiam, não velam,
nada lamentam agora,
tudo que chorarão depois.

Quem poderia despertar estas almas?
Senão Aquele que renova a face da Terra.

(Marcos Suzin, 1-11-2011, 23:12)

Suplício.

Eu sempre aceitei  as minhas dores,
E o sangue que brota do meu coração dilacerado.
Queria que fosse por meu Eterno Amor.

Repudio esta paixão mundana,
Que me escraviza e encoleriza.
Que me fez cativo,
E me tortura,
Pela pronúncia inoportuna e pertinaz do teu nome.
Ah! O teu nome!

É um espírito das trevas,
Destes espalhados pelos ares,
Que sussurra teu nome a todo instante,
E me constrange sempre a lembrar de ti.

E nisso consiste a atrocidade,
De torturar-me pela pronúncia incessante do teu nome.
O nome que escrevi  precipitadamente
Na casca ressequida do meu coração,
E que nem o tempo,
Nem o vento,
Nem o pensamento,
Conseguem apagar.

(Marcos Suzin, 19-11-2011, 12 horas)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Deixe-me.


E eu não sei por quê ainda busco você.
Justo você!
Quanta tristeza me trouxe, quantos dissabores.
Sofrimento inútil de uma alma ociosa.

Se é verdade que me busca,
Contrita pela precipitada decisão,
então sabe o que eu estou dizendo.

Deixei-me em paz!
Solte-me!
Estou cansado dessa amarração maleva!

Sim! Eu sei!
Chega disso! não me provoque mais!

Quanto tempo imagina que perdurará minha inação?
Será infinita minha paciência?

O que fará quando a ira tomar conta do meu Rochedo?

Apesar de tudo, a quero bem.
Lembro com carinho.
Da doce ilusão que tinha enquanto a amava.
Tempo bom aquele! Não volta mais...
Oxalá voltasse.

Mas isso precisa ter fim!

Peço, encarecidamente, deixe-me!
Quero ficar só para encontrar meu único e verdadeiro Amor.
Quero retirar-me, para o deserto.
Ter o silêncio e os sofrimentos como companhia,
Batalha (espiritual) cruenta, é isso que me espera.

Não quero mais lembrar você, estou exausto.
Por que me amarra?
Devia saber que sou uma fortaleza inexpugnável.
Por mais que me fira, jamais tombarei.
Outros você feriu, alguns fez cair;
Mas, quanto a mim...

Não vê? Estou sempre me reconstruindo,
Como o sol que nasce e renasce todos os dias.
Mas, eu pergunto?
- Precisamos ser inimigos?
Eu acho que não.
E, quem sabe um dia,
O destino pode nos pregar uma peça (mais uma),
E possamos reencontrar tudo o que perdemos.
E viver a vida que cada um sonhou para si.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Coração Insensato

Tê-la perdido foi algo tão triste, nem sei o que dizer.

É como a chuva e o sol, que, salvo num dia inusitado,

Nunca mais se encontraram.

E eu aqui, sequer posso lamentar.

Pois, a destempo, descobri sua face oculta,

O engodo escondido por trás de uma aparente meiguice.



Não posso sequer verter algumas lágrimas,

Pois não é digna de uma sequer.

Não posso nem mesmo acalentar minha dor,

Na esperança secreta de cultivar algo seu em mim,

Ainda que seja uma lembrança triste,

Um sentimento de perda.



Como pôde me rejeitar assim?

Como se eu fosse um despojo inútil.

Como se o meu abraço fosse uma cancela débil,

E o meu amor, um dissabor qualquer?



Não bastasse isto, serôdia, ainda quis voltar;

Quando as muralhas do passado já estavam seladas,

Hermeticamente fechadas.



Eo pior de tudo, é ter que buscar forças - sabe-se lá de onde -,

Para não cair na irresistível tentação de sair ao seu encontro.

Como um coração insano e insensato,

Que não aprende nunca,

E comete sempre os mesmos erros,

Olvidando que, de um destino sombrio,

Foi salvo por Mão Providencial.