Eu vi teus olhos desfocados, entristecidos;
Miravam o vazio, o nada.
Não havia como não perceber.
Tudo estava por terminar, como, de fato, terminou.
Falavas em sinceridade;
Porém ocultavas pechas imperdoáveis.
Depois ficou confusa, obtusa e triste.
Entre escolhas, fez a pior possível.
Depois, veio teu arrependimento;
Serôdio e tímido, afônico.
Gritavas, mas de ti não ouvi som algum.
Choravas, mas não me endereçaste uma lágrima sequer.
Tempos se passaram.
Pensei que havias esquecido.
Entristecido, e cordato, teci minha própria história.
Trancafeando tua insone lembrança,
Com uma cancela débil.
O silêncio e o torpor tomaram conta de ti;
Por onde andaste? Nem posso imaginar.
Achei que havias sumido, desaparecido...
Porém retornaste ávida e cheia de astúcia.
Quem pôde envenenar-te? transformar-te?!.
Aquela doce meiguice,
Mais parece agora a imagem do que nunca foste;
E que eu criei,
No repositório de ilusões do meu coração.
Novamente te puseste em fuga.
Desapareceste por muito tempo.
Eu, porém, sob o vício da curiosidade;
Quis ver-te.
Encontrei-te.
Agora vingativa e rancorosa;
Lançaste sobre mim trevas e mais trevas.
Atacaste minha cidadela, com impiedosa insistência.
Quem dera acorde tua consciência, este poema que agora lês.
Nossos caminhos não são mais nossos caminhos;
Mas te quero comigo na Luz; a Luz do Mundo!
Meu sonho agora é despertar-te deste pesadelo;
Deste feitiço maleva, que cegou-te quase irremediavelmente.
Não pretendo desistir, pois és parte de mim.
E espero, enfim, ver-te feliz;
Para que possas enfim dizer:
Nunca te tive, porém sempre me tiveste
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Tu és assim...
Tu és assim, tudo o que não deu certo em mim;
A batida lúgubre que percute lágrimas;
A lembrança forte que não me deixa esquecer.
O mau presságio que me fez calar;
Gosto amargo de não poder amar;
Irresignação, de quem já não pode perdoar.
És o sabor salobro,
Irremediável malogro, das minhas decepções.
Doces ilusões – que tinha – quando ainda (te) buscava.
Ingenuamente sonhava, em ter-te sempre ao meu lado.
Desconsolado, verti lágrima na volta;
Amarga escolta, que tive ao teu insensível adeus.
Tu és o ícone da minha triste sina;
Doce e bela menina;
Outrora meiga e doce ternura;
Saudade intensa que tortura;
Inconcebível loucura;
Volúpia que não quer calar.
Pecha oculta da minha maior vitória;
És a história que não quero terminar;
O (mau) agouro que me fez sonhar;
Vatícinio que me fez cantar;
Tristeza secreta que me fez sozinho;
Pois o teu carinho eu não tenho mais.
Tu és assim, tudo para mim, mesmo após o fim;
Lembrança oculta que escraviza, encoleriza;
Que amarra, oprime e faz sofrer.
Não quero mais, perder a paz, não me compraz;
Lembrar-te agora, minh’alma chora,
Por não mais te ter aqui.
O que é que eu faço, se o teu abraço, eu não mais posso ter?
Como viver, assim, sem esperança?
Se é na lembrança que se eterniza a tua presença.
Indiferença, que magoa tanto, e explode o pranto,
Por vezes contido, por vezes tolhido;
Inexprimível gemido,
De uma ferida candente;
De amor latente que eu não quero curar.
A batida lúgubre que percute lágrimas;
A lembrança forte que não me deixa esquecer.
O mau presságio que me fez calar;
Gosto amargo de não poder amar;
Irresignação, de quem já não pode perdoar.
És o sabor salobro,
Irremediável malogro, das minhas decepções.
Doces ilusões – que tinha – quando ainda (te) buscava.
Ingenuamente sonhava, em ter-te sempre ao meu lado.
Desconsolado, verti lágrima na volta;
Amarga escolta, que tive ao teu insensível adeus.
Tu és o ícone da minha triste sina;
Doce e bela menina;
Outrora meiga e doce ternura;
Saudade intensa que tortura;
Inconcebível loucura;
Volúpia que não quer calar.
Pecha oculta da minha maior vitória;
És a história que não quero terminar;
O (mau) agouro que me fez sonhar;
Vatícinio que me fez cantar;
Tristeza secreta que me fez sozinho;
Pois o teu carinho eu não tenho mais.
Tu és assim, tudo para mim, mesmo após o fim;
Lembrança oculta que escraviza, encoleriza;
Que amarra, oprime e faz sofrer.
Não quero mais, perder a paz, não me compraz;
Lembrar-te agora, minh’alma chora,
Por não mais te ter aqui.
O que é que eu faço, se o teu abraço, eu não mais posso ter?
Como viver, assim, sem esperança?
Se é na lembrança que se eterniza a tua presença.
Indiferença, que magoa tanto, e explode o pranto,
Por vezes contido, por vezes tolhido;
Inexprimível gemido,
De uma ferida candente;
De amor latente que eu não quero curar.
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