sábado, 18 de julho de 2009

O Poema do Dentinho Torto

Não sei porque, mas, ultimamente, tenho pensado muito em você,
Justo você, que me desprezou, magoou, descartou...
Inexplicavelmente, voltei a lembrar de seus cabelos naturalmente cacheados (ou ondulados, sei que a escova progressiva fez lá seus estragos);
Ah, e daquele teu dentinho torto. Ah! mas que charme extraordinário, aquele dentinho...
Aquele dentinho era o meu xodó!
Lembro da ginástica labial que você fazia para escondê-lo, mas eu sempre o via,
E me encantava; tomava todo o cuidado para tocá-lo em qualquer carícia...

Sei que você andou me procurando, quando eu já não mais podia voltar atrás (muito embora o quisesse). Sei que você ficou rancorosa comigo, muito embora saiba (ou devesse saber) que eu sequer ficaria sabendo a tempo. Sei que você procurou nas estrelas aquilo que eu escondi na lua. Sei que você, ao ler este poema, vai saber quem eu sou e quem você é, e que nunca vai deixar de ser...

Não sei porque, mas, ultimamente, tenho pensado muito em você,
Justo você, que poderia ter me encontrado e – sabe-se lá por quê! – não o fez;
Pensamento indomável, quem o inspira? Quem dera esquecer logo de uma vez.
Mas, pensando bem (ou mal), ainda bem que NÃO posso vê-la com frequência;
Na verdade, a última vez que a vi, a ocasião era de trauma, momento impróprio;
Mas eu tenho de admitir: - como você estava linda!
Seria uma tentação frequente..., melhor a distância.

Melhor assim, longe, já que a distância é a minha maior aliada;
Quem me cuida sabe: - eu não resistiria, por isso me protegeu (deixando-me na ignorância). Quem por mim vela sabe: o que eu faria (...);

Espero que a ortodontia tenha feito também seus estragos,
Pois eu não resistiria (se pudesse) tocar (de novo) os teus lábios,
Sentir novamente as suaves ondulações de seus cabelos
(escova progressiva – maldição do mau gosto – não dura para sempre);
E tocar, de novo, o teu dentinho torto. Ah! o teu dentinho torto...!!
Mas que coisa linda,
Apesar de todo esse tempo,
Apesar de tudo o que fiz para mim,
Nunca deixei de amá-la,
Meu único, terno..., eterno (impossível) amor...
Que sempre acalentei na dormência do meu coração,
Que sempre sufoquei na força do meu (bom) caráter,
E sempre venci com a persistência da minha fé,
Muito embora o que eu mais quisesse era ver, e tocar (de novo) o teu dentinho torto, esquecer do mundo, num amplexo incessante, num beijo incandescente,
em juras de amor eterno,
que (como sempre) de eterno só tem a saudade, a tristeza e a decepção.

Sei que você procurou nas estrelas aquilo que eu escondi na lua. Sei que você, ao ler este poema, vai saber quem eu sou e quem você é, sem nunca deixar de ser.

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