sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Na cabeça dos tontos


Na cabeça dos tontos

 

Você foi como um perfume de rosas...,

Que desapareceu da vida.

Não sem antes encantá-la,

E mostrar um paraíso de delícias...,

Um mundo que só existe na cabeça dos tontos.

 

Você foi um sopro...,

Uma brisa...,

Um espirro cheio de charme.

Uma mostra de tudo que era para ser...

Nunca é...

Nunca será...

E nem se sabe se um dia foi ou deixou de ser.

 

Você parecia verdade...

Mas que patacoada!...

Pueril!...  Frívola!...

Aliás, você existiu de verdade? Existe ainda?

Só sei que só resta de você...

- Nesses sussurros tétricos e inexplicáveis,

Que só se ouve na cabeça dos tontos -,

Um mar reminiscências cheio de engodos e caraminholas.

 

Que memória!...

Mas que coisa a esquecer!...

E todos os dias ressurge...

Teimosa e pertinazmente...

Em sussurros bissílados,

Monotônicos,

E com acento circunflexo.

 

Já me aborrece cedo, antes do sol nascer.

Você é como o suave gosto de uma bebida gelada!...

Ahhhh!... Mas que dor de garganta!...

Toda cheia de charme, delícias e efeitos colaterais.

 

Você nunca foi o que pareceu ser...

Aliás, você foi? Você existiu?

Ou é apenas uma lúgubre batida de um diapasão,

Que insiste em soar...,

E exalar...

Um perfume de rosas...

Que se esvai e desaparece...

Sem que eu possa saber,

Se foi real,

 Ou um mundo que só existe na cabeça dos tontos.

(Marcos Suzin, 23-08-2019).