quarta-feira, 12 de setembro de 2012

...Um dia Pensei que Fosse Amor


Ingênuo como uma criança que se encanta com uma cobra coral,
Assim eu te busco em meus devaneios.
É como se estivesse entorpecido e inebriado,
E até desejoso pelo teu mordaz veneno.

Que amarração maleva, que sina!
E eu ainda te desejo,
Em longos e sufocantes amplexos,
Recheados de ósculos intermináveis,
Mesmo sabendo que isto seria a morte para mim.
Uma morte eterna...


Mas o que não consigo compreender,
É que me chamas, e me arrastas, porém desvias o olhar,
Demonstrando ojeriza e desprezo,
Como se teu único desejo fosse me destruir.
Insciente que a minha ruína é a tua também.

Mas em meu socorro vem Mão Providencial,
Que retira a trave diante de meus olhos,
Alerta-me contra tua sanha mortal,
E devolve-me o livre arbítrio e as rédeas do destino,
Desperta-me.

Tu, porém, és pertinaz e empedernida,
Não te contentas com causar pequenos males,
É preciso uma ruína completa.
E eu ainda te busco,
Com se estivesse embriagado e prenhe de torpor,
E até desejoso pelo teu mordaz veneno,
Que um dia pensei que fosse amor.



Marcos Suzin; 12-09-2012, 18 horas.