sábado, 19 de setembro de 2009

Aqueles Três, Quatro Meses...

Quanto tempo durou o encanto? Não sei ao certo;
Mas, de tanto querer tê-la por perto,
Tornei-me incômodo, enfadonho, sufocante...;
Precipitado, estava de tal modo apaixonado,
Que nem vi o tempo passar;
Cheio de sonhos, fiz minha própria linha do destino;
Meu desatino, desilusão!

Você tinha seus próprios planos, dos quais eu fora preterido;
Desgostoso e entristecido, reguei a lágrimas o meu caminho;
Ao me sentir sozinho, meu corpo todo estremeceu;
No pensamento, desiludido, culpei a sorte, o azar e a inveja.

Mas o tempo aquele, não pude contar;
Pois quando se está a amar, o tempo voa;
Rápido como a suave sensação do paladar;
Mas, por mais que fosse breve, ficou eternizada;
Cristalizada, sua lembrança em mim;
E por ter se passado de modo tão repentino;
Feito alegria de um pobre menino;
Pareceu-me o despertar de um sonho bom.

Aqueles três, quatro meses...
Um interregno, um lapso incomparável;
Um sonho inimaginável, que se fez desventura;
Imperdoável diabrura, artimanhas do destino.
Quem dera durasse para sempre;
Ou, quem dera tal tempo nunca houvesse existido;
Talvez nunca se houvesse perdido;
Quiçá dele nunca se lamentasse;
Quiçá dele nunca se lembrasse;
Mas, assim não se saberia;
Da doce nostalgia;
Que tenho daqueles três, quatro meses...

Marcos Da Boit Suzin,
Vacaria/RS.