quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Eu me excedi!...


Eu me excedi!...


Deixei tantos recados,
Tantos sinais,
Tantas pistas...
Eu mostrei tudo o que era necessário,
Mais até no que precisaria a boa...
Ou má inteligência.


Eu me excedi!...


Mas nada viste, nada quiseste ver.
Pouco importava o pouco que precisavas andar,
Não andaste!
Não moveste uma palha sequer,
Nem em pensamento.


E ainda disseste que querias,
Que amavas,
Que te vangloriavas em desejos pueris.
Considerando que era teu,
O que nunca cultivaste.


Mil avisos tiveste.
Mil vezes te ensurdeceste.
E tapaste os ouvidos.


Eu gritei...
Eu insisti...
Eu não estava disposto a desistir!...

Mas anulastes os meus esforços,
Fazendo escolhas de extrema vileza.
Como se o meu amor fosse,
Um címbalo enfadonho,
Monotônico e nefando,
Mas que te ofertavas a felicidade,
Que não mais haverás de encontrar.
(Marcos Suzin, 18-08-15)

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Porta entreaberta

Tiram-me o pão da boca
E o sorriso do rosto...
E ainda tinham falsas mostras de amizade.
Em troca da minha candura,
Deram-me um prato cheio de abominações,
Um alimento impuro,
Uma vereda maldita,
Uma praga oculta e atraiçoada,
Da qual só fiquei livre por mão providencial.

Consideraram-me culpado,
Pelo mal que a si mesmo fizeram,
E ainda incluíram e fizeram descer meu nome,
Na podridão onde jazem as trevas,
Como parte de uma vingança sórdida,
E repleta de ardiloso engano.
Não foi o bastante a própria ruína,
Nada aprenderam...
E acabaram por reiterar essa sanha maldosa,
Pareando o meu epíteto com os nomes dos condenados.
E, não satisfeitas,
Vagaram pelo mundo em busca de males maiores,
Só encontrando dores,
Só esmagando as flores,
E crendo, estupidamente,
Naqueles que são todo embuste e maquinação.

Isso sem falar nas amarras,
E naqueles perversos que sussurram,
Um nome que antes nunca houvesse ouvido.
Mas a mão que me ampara é Amor e Misericórdia,
Não quer que alma alguma se perca,
E insta-me a interceder continuamente,
Para que se voltem à Luz,
As que tanto submergiram nas trevas.
Mas que não se demorem em demasia,
Por que a porta entreabre-se,
E entreaberta permanecerá algum tempo,
Até que se feche definitivamente.
(Marcos Suzin, 04-06-2015, 12h15min)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O amor que procuras...

Solte-me,
Deixe-me ir,
Desista dessas amarras,
Nossos caminhos não são nossos,
E o destino há muito fez outros planos.

Mas tu, o que queres?
Por que me aprisionas?
Não sabes que posso fazer essas amarras em pedaços?
Basta que o queira.

Entretanto, não quero te deixar assim, ao relento.
Quero que vejas e te submetas à Luz, à única Luz.
Aprenda o que é compunção e sinta.
Ou chame de remorso, se assim quiseres.

Não posso desejar-te o mal, nem mesmo o mal que me fizeste,
Mal que tantas dores me trouxe,
Mas que venci, pois eu conheci a Luz.
E a Luz venceu as trevas.

Mas o caminho da Luz passa pelo arrependimento
E uma sincera mudança de vida.
Nada de bom as trevas te trouxeram.
Porém a Luz pode te fazer encontrar o amor que avidamente procuras.

Marcos Suzin 23-01-2015.