quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Coração Insensato

Tê-la perdido foi algo tão triste, nem sei o que dizer.

É como a chuva e o sol, que, salvo num dia inusitado,

Nunca mais se encontraram.

E eu aqui, sequer posso lamentar.

Pois, a destempo, descobri sua face oculta,

O engodo escondido por trás de uma aparente meiguice.



Não posso sequer verter algumas lágrimas,

Pois não é digna de uma sequer.

Não posso nem mesmo acalentar minha dor,

Na esperança secreta de cultivar algo seu em mim,

Ainda que seja uma lembrança triste,

Um sentimento de perda.



Como pôde me rejeitar assim?

Como se eu fosse um despojo inútil.

Como se o meu abraço fosse uma cancela débil,

E o meu amor, um dissabor qualquer?



Não bastasse isto, serôdia, ainda quis voltar;

Quando as muralhas do passado já estavam seladas,

Hermeticamente fechadas.



Eo pior de tudo, é ter que buscar forças - sabe-se lá de onde -,

Para não cair na irresistível tentação de sair ao seu encontro.

Como um coração insano e insensato,

Que não aprende nunca,

E comete sempre os mesmos erros,

Olvidando que, de um destino sombrio,

Foi salvo por Mão Providencial.