sexta-feira, 10 de junho de 2022

As que vivem e as que fazem viver

 As que vivem e as que fazem viver

É mais fácil dizer 'não',
É mais fácil achar 'culpados',
É mais fácil uma fuga ou uma desculpa esfarrapada.
É mais fácil ser indiferente, exonerar-se e 'tirar o corpo fora'.
É mais fácil escolher o mais fácil, o 'mais do mesmo',
E ficar despachando as pessoas como pacotes.
Porém o mais fácil é fútil,
E no mais das vezes, ineficaz.
Outras tantas... é fazer por fazer,
O dissímulo, a mímica, a pantomima,
O nada e a coisa alguma.
É mais fácil ser igual,
Fazer o que todo mundo faz.
Mas o igual não faz a diferença.
A diferença exige zelo, tempo a despender,
Uma esmola de tudo o que não temos,
Porque as almas somente são úteis pelo sacrifício.
Não sejamos fáceis,
Não sejamos o 'mais fácil'.
Zelo, capricho, excelência....
Humanidade, empatia, interesse...
Nisto consiste a esperança,
De fazermos a diferença na vida de alguém,
A diferença entre a vida e a morte.
Não que isso tudo seja fácil,
A gente sangra e não se veem as feridas.
Mas é preciso extrapolar os paradigmas,
É preciso a assimetria e a dissimetria,
Tem de fazer a diferença,
Tem de ser decisivo.
Pode ser até que alguns de teus esforços se percam.
Pode ser que ninguém veja e o zelo se desperdice.
Pode ser que sejas objeto de ludíbrio e ingratidão
Mas não deixes de fazer a diferença,
Não te contentes com a mediocridade,
Porque é mais fácil ser 'mais do mesmo',
Mas é unicamente o zelo extremoso
Que distingue as almas,
Entre aquelas que apenas vivem e as que fazem viver.
Marcos Suzin (10 de junho de 2020).
Direitos autorais reservados. Em caso de citação, favor mencionar o autor.

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