quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Soneto da Surdez

Soneto da Surdez
Não grite, por favor, não grite!...
E não se irrite com a minha perplexidade.
Não se enfureça por ter de repetir uma, duas, três...
E uma... E outra... E outra vez...
Na verdade, não é o estridente que me faz sábio,
Mas o mover de lábios que me permite compreender,
O bom proceder e o longânime e paulatino pronunciar,
Da palavra bendita e do bendito palavrear.
Deveria saber que a paciência é uma virtude,
Amiúde encontrada nas almas mais elevadas.
E que deveria cultivar, como atitude, a solicitude.
Pois se não está ao meu alcance compreender o sussurro,
Muito menos o urro..., menos ainda o chilique;
Não grite! Por favor, não grite!...

(Marcos Suzin, 16-01-2018)

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